Por meio de sua conta no twitter,
Benítez confirmou na manhã desta segunda-feira (19) a extradição de Piloto para
o Brasil. Segundo ele, a medida foi tomada para que o Paraguai "não
seja uma terra de impunidade para ninguém", escreveu.
Segundo o governo paraguaio, Piloto
deixou Assunção em um avião da Força Aérea com destino a Ciudad
del Leste, onde seria entregue às autoridades brasileiras.
A extradição-relâmpago ocorre dois dias
depois de o traficante Marcelo Piloto matar uma jovem de 18 anos dentro de uma
cela onde estava preso em Assunção, a capital do país vizinho.
Piloto, apontado como um dos líderes da
facção criminosa Comando Vermelho no Rio, teria golpeado e esfaqueado a vítima
durante uma visita privada no último sábado (17) para, segundo as
investigações, evitar sua extradição ao Brasil.
De acordo com a rádio 970 AM, o boletim
policial aponta que Lidia Meza Burgos entrou na cela às 12h35. Por volta das
13h50, um guarda escutou Piloto gritar e, quando foi verificar, encontrou a
jovem deitada no chão ensanguentada. Ela foi levada ao hospital, onde sua morte
foi confirmada, e depois ao necrotério.
"Essa mulher foi ferida na cabeça,
por isso o grito não foi ouvido. Depois disso, ele a esfaqueou 17 vezes com um
utensílio de cozinha", disse à rádio o subcomandante da Polícia Nacional
Paraguaia, Luis Canterio. A arma foi uma faca de sobremesa.
A vítima, nascida no departamento
paraguaio de São Pedro, voltou da argentina há quatro meses e há um mês cuidava
de uma idosa de 90 anos. Ela morava perto do trabalho, conforme seu pai disse
ao canal C9N.
Segundo o policial Canterio, era a
segunda vez que Lidia visitava o traficante, a primeira havia sido em outubro.
Ela seria sua parceira, embora na última sexta (16) outra mulher, Marisa de
Souza Penna, tenha solicitado permissão para se casar com Piloto -o que foi
negado pela juíza Lizi Sánchez, conforme o jornal La Nación.
Condenado a mais de 25 anos no Brasil
por um homicídio e dois roubos, Piloto tentava há meses evitar sua extradição,
autorizada pela Justiça do Paraguai em 30 de setembro.
O advogado do traficante, Jorge Prieto,
já havia apresentado um recurso para manter Piloto no Paraguai. "Qualquer
outra estratégia que ele tenha é uma questão sua e ele não compartilhará
comigo. Legalmente, cabe a ele ficar aqui, para mim há argumentos legais",
disse.
FICHA CRIMINAL
Marcelo Piloto é apontado como chefe do
tráfico de drogas do Complexo de Manguinhos, na zona norte carioca, e foi preso
no dia 13 de dezembro de 2017 em uma megaoperação na cidade de Encarnación, a
cerca de 360 km de Assunção.
Segundo informações do disque-denúncia,
ele também foi chefe do tráfico de drogas das favelas Mandela 1, 2 e 3,
igualmente na zona norte do Rio, onde ainda exerce influência. Depois, virou
"matuto", como é chamado o responsável por abastecer as facções com
armas e drogas.
O criminoso estava escondido há anos no
país vizinho, e a captura ocorreu com a colaboração da Senad (Secretaria
Nacional Antidrogas do Paraguai), da DEA (Agência Antidrogas Americana) e da
Polícia Nacional do Paraguai.
Piloto possui uma extensa ficha
criminal, que inclui acusações de homicídio, tráfico e associação para o
tráfico de drogas, latrocínio e roubos.
Ele é acusado de fazer parte do grupo
criminoso que protagonizou o resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, em 2012.
Na ocasião, um bando de dez homens fortemente armados invadiu a 25ª Delegacia
de Polícia, no Engenho Novo, na zona norte do Rio, para retirar o suspeito do
local.
Além de chefiar as bocas de fumo na
região de Manguinhos, Piloto também já foi investigado por envolvimento em um
esquema de compra ilegal de unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha
Vida.( por Yahoo Notícias)
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