Semana Mundial de Aleitamento
Materno alerta para a importância de amamentar, pelo menos, até os seis meses
de idade
Os primeiros dias de agosto – do
dia 1 ao dia 7 – serão marcados pela Semana Mundial de Aleitamento Materno.
Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação é que a amamentação se estenda
até os dois anos de idade ou mais, sendo que nos primeiros 6 meses o bebê
receba somente leite materno. De acordo com especialistas, o aleitamento
materno é capaz de proporcionar benefícios importantes, a curto e longo prazo,
para a vida da mãe e do bebê.
Por conter células de defesa e
fatores anti-infecciosos, o leite materno é capaz de proteger o organismo do
recém-nascido de infecções. "Nos seis primeiros meses é comum algumas
infecções, como no ouvido, urinária ou gastrointestinal. Um dos benefícios mais
importantes que o leite materno pode oferecer ao bebê são os anticorpos, os
quais fortalece o sistema imunológico”, explica a pediatra da Clínica Penchel,
Maíra Moreira. Além da proteção, Drª Maíra conta que, por ser produzido pelo
corpo da mulher exclusivamente para alimentação da criança, o leite contém
todos os nutrientes que o pequeno precisa para crescer e se desenvolver no
primeiro semestre de vida. Sendo assim, é possível que o bebê fique sem evacuar
durante alguns dias, pois todos os componentes do leite materno são
aproveitados pelo organismo.
Segundo uma pesquisa da
Universidade Federal de Pelotas, publicada no jornal científico Lancet,
crianças amamentadas no peito tem maior QI na vida adulta. “Há vários fatores
que podem influenciar o QI de uma pessoa, mas o aleitamento materno pode
exercer grande auxilio devido a presença de ácidos graxos, nos quais ajudam no
desenvolvimento dos neurônios”, aponta a pediatra. O leite materno pode,
também: fortalecer os pulmões do bebê, por conta da sucção; prevenir cólicas,
devido às proteínas; combater à anemia, por ser rico em ferro; evitar alergias;
e é excelente para a dentição e fala do bebê, por conta do estímulo para o
desenvolvimento da musculatura da boca e da face.
Os benefícios do aleitamento
materno não se restringem somente à criança, a mãe também é beneficiada. Segundo
o médico nutrólogo, Lucas Penchel, amamentar ajuda na perda de peso e na
recuperação do parto. "O aleitamento ajuda na recuperação do tamanho
normal do útero após o parto. Além disso, a mulher que amamenta exclusivamente
gasta aproximadamente 700 calorias por dia, o que ajuda a recuperar a forma e
perder os quilos ganhados com a gestação”, explica.
Publicado na revista médica JAMA
Internal Medicine, um estudo aponta que amamentar reduz em quase 50% o risco de
a mulher desenvolver diabetes tipo 2. De acordo com a pesquisa, mulheres que
amamentaram por, pelo menos, seis meses tiveram uma redução de 48% nas chances
de ter diabetes tipo 2. Para as que seguiram com o aleitamento por menos que
seis meses, a redução foi de 25%. Penchel explica que um dos motivos para esse
fato é que durante a amamentação, o corpo desvia da corrente sanguínea por
volta de 50 gramas de açúcar. Além desse fator, a mulher que amamenta produz
muita prolactina. Esse hormônio pode preservar e secretar a insulina,
responsável por regular os níveis de glicose no sangue.
Para que o aleitamento materno
dure o tempo preciso e o leite seja capaz de proporcionar todos esses
benefícios, Lucas chama a atenção para a alimentação das mães. "Alimentos
com grandes quantidades de gorduras, açúcares e sódio e bebidas alcoólicas
devem ser evitados. Assim como medicamentos e drogas podem ser passadas para o
bebê através do leite, a alimentação da mãe também pode afetá-lo. Por isso,
café, mate e refrigerante tipo cola podem causar irritabilidade e interferir no
sono do bebê; chocolate em excesso pode causar diarreia; e leite de vaca e seus
derivados podem causar alergias ou intolerância à lactose”, aponta.
“Aleitamento materno: a base da vida” é o tema da Semana Mundial de Aleitamento
Materno deste ano, definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação
(WABA, sigla em inglês).
Dr. Lucas Penchel – CRM 56.625
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