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Pelo menos 79 municípios estão em situação de emergência por causa da estiagem no Norte de Minas


Barragem de Francisco Sá está com 16% da capacidade (Foto: Roberto Miranda/Arquivo Pessoal)
Defesa Civil Estadual confirmou em boletim de proteção, divulgado nesta quinta-feira (16), que 86 cidades de Minas Gerais decretaram situação de emergência por causa da estiagem prolongada registrada em algumas regiões do estado; só no Norte de Minas, 79 municípios oficializaram o decreto junto ao órgão. A população tem convivido com a seca e procura alternativas para conviver com a realidade de rodízios que ocasionam falta de água nas torneiras.
Uma das medidas permitidas pelo decreto é o uso de poços artesianos particulares para o sistema de abastecimento do município. O decreto tem o prazo de 12 meses e prevê ainda punição àquelas pessoas que desperdiçarem água. A forma de execução do decreto, que inclui a definição de quem vai fiscalizar o desperdício de água e o valor das multas aplicadas, não foi divulgada.
A Copasa confirmou ao G1 que pelo menos nove municípios que são atendidos pela concessionária estão em rodízio de abastecimento de água por conta da estiagem.
“O longo período de estiagem dos últimos anos e a diminuição do nível das captações superficiais nos mananciais têm prejudicado o abastecimento de água nas cidades de Águas Vermelhas, Arcos, Campos Gerais, Capitão Enéas, Divisa Alegre, Montes Claros, Pai Pedro, Pedra Azul e Sardoá”, disse em nota a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Em Montes Claros, maior cidade do Norte de Minas, moradores adotaram estratégias para armazenarem água e realizarem as tarefas domésticas. Até o horário das atividades da casa mudou. O aposentado Moacir Carlos Moreira comprou uma caixa d’água além da que já possuía para que a esposa conseguisse lavar as roupas da família.
“Temos uma caixa de 1000 litros. Assim que começou o revezamento compramos outra caixa de 500. Quando chega água, enchemos a caixa menor que fica de reserva. A gente procura economizar também. A água da máquina que lava roupa guardamos e usamos para lavar a área e a garagem, por exemplo”, conta.
Sem chuvas
Na maior cidade do Norte de Minas não chove há 83 dias; na área urbana de Montes Claros também não há registro de uma grande chuva há quase três meses, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A última chuva registrada pelo Inmet foi no dia 25 de maio, com 12 milímetros, índice considerado baixo de precipitação. Não há previsão de chuva para os próximos dias, segundo o instituto.
Barragem de Juramento
A Copasa informou que a barragem de Juramento está com 31,18% de sua capacidade total de armazenamento, segundo balanço feito dia 6 de agosto. Atualmente, a barragem de Juramento é responsável por aproximadamente 67% do abastecimento de água em Montes Claros.
Em setembro de 2017, a Companhia alterou o sistema de rodízio para 48h sem abastecimento e 24h com abastecimento. No dia da assinatura do novo contrato da empresa com a Prefeitura, a Copasa informou que irá manter a escala do rodízio até os primeiros bombeamentos do Rio Pacuí, previsto para outubro de 2019, quando será feita nova avaliação.
Cidades menores convivem com a seca
Em Francisco Sá, a população convive com a escassez de água há pelo menos 8 anos. De acordo com o diretor presidente do SAAE, Roberto Miranda, o rodízio de abastecimento também é uma realidade no município há três anos, com águas nas torneiras de dois em dois dias. A zona rural recebe caminhões-pipa que se revezam pelas comunidades.
Ainda segundo o SAAE, a barragem da cidade está com 16% da capacidade e o Rio Gorutuba, que abastece a cidade, secou. A situação se agrava por conta das nascentes não preservadas. “Além da falta de preservação, as pessoas insistem em retirar água para irrigação sem outorga, e a água está cada vez mais complicada. A gente tinha uma ‘barraginha’ que dava 15 litros por segundo, hoje são apenas 2,8 litros por segundo. É muito pouco”, afirma Roberto Miranda
O município de Francisco Sá, que tem 5 mil e 700 ligações de água junto às residências, também tem apostado em campanhas de conscientização junto a população, feitas através de jornal impresso local e carros de som. “Pedimos para que população tenha consciência. Se preservarmos, qualquer chuvinha que dá vai ajudar”, comenta o representante do SAAE.
G1 grande minas

 Montes Claros convive com rodízio de abastecimento de água há meses (Foto: Juliana Peixoto/ Inter TV)
Local onde ficava cachoeira do Rio Gorutuba, em Francisco Sá, secou (Foto: Roberto Miranda/Arquivo Pessoal)


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